Jornal A FORJA e protagonismo estudantil no CAp-UFRJ
Por Jéssica Azevedo (graduanda História/UFRJ) e Isabel Machado (estudante CAp-UFRJ)
No sexto post dessa série, vamos discutir sobre a participação ativa dos estudantes do CAp, que se dava tanto dentro e fora da sala de aula quanto para além dos muros da escola.
Por meio do jornal A Forja, observamos a atuação do Grêmio Estudantil. Ele buscava completar a formação escolar e ligar o estudante à realidade que o cerca, através de palestras e jornais. Isso contribuiria para o seu amadurecimento intelectual e para uma ação essencialmente consciente perante a evolução social, política e cultural. Além disso, a promoção de atividades recreativas e culturais aumentaria o interesse dos alunos pelo Colégio, que deixaria de ser visto apenas como um local onde se aprende conhecimentos teóricos.
Os redatores do jornal reconheciam o privilégio de estudar no CAp e defendiam a busca pelo sucesso social ao invés do individual, isto é, a contribuição para um mundo mais justo ao invés de apenas tirar notas altas e passar no vestibular. Por isso, temas sócio-políticos eram recorrentes em A Forja, como a luta pela melhoria do ensino brasileiro e pela alfabetização nacional.
Na última edição de A Forja do ano de 1962, é relatado a presença de estudantes do Colégio de Aplicação da UFRJ na bancada do XVI Congresso dos Estudantes Secundários. Eles destacaram seus compromissos com a participação ativa dos alunos capianos nesse órgão e mostraram a importância de se fazerem ouvidos pela luta dos problemas estudantis, querendo criar uma posição de visibilidade para o CAp no movimento.
Neste trecho do artigo, vemos alguns dos pontos principais no qual a bancada representante do CAp se posicionou a favor no congresso:
O Colégio de Aplicação por intermédio de sua bancada procurou tomar posições claras. Defendeu a descentralização da entidade e a criação de Grêmios Estudantis, como uma forma de aproximação da entidade com as bases estudantis; lutou por uma campanha de alfabetização patrocinado pela AMES e a promoção de atividades culturais, recreativas, sociais e assistenciais aos colégios de alunos de um baixo nível social e votou a favor de medidas contra a majoração de mensalidades em colégios particulares e o barateamento do livro didático.
O próximo post, será sobre as atividades culturais no CAp-UFRJ.