Uniforme das normalistas : tradição x sexualização (parte 2)
Por Giselle Soares Gomes (Graduanda em pedagogia pela FE/UFRJ)
Continuando a temática do post passado, iremos focar agora na problemática da sexualização desses uniformes. Durante a coleta de dados para essa pesquisa, chamou-se a atenção para a quantidade de notícias de casos de assédio relacionados ao uniforme normalista no Rio de Janeiro. Inúmeros protestos ocorreram no ano passado em relação a essa questão. Assédio de professores e assédio nos lugares externos à escola, foram pautas levadas às ruas por normalistas que levantavam cartazes com frases como: “nosso uniforme não é convite”, ” a escola é pública, meu corpo não ” e outros que mostravam a luta das estudantes contra o crime da sexualização.
Pensar o uniforme e sua relação com a tradição e a sexualização na atual sociedade é um ponto importante para a pesquisa. Até quando as meninas irão passar por isso? Até quando a culpa será da vítima? Em que proporção existe essa linha entre a tradição e a sexualização?
Falando do ponto de vista de uma pesquisadora como eu, que já foi normalista, é muito cruel pensar que grande maioria das meninas que utilizam esse uniforme já presenciaram ou foram vítimas de um caso de assédio. Esse post é dedicado à reflexão da importância da utilização do uniforme e da necessidade da sociedade ser reeducada e não ver algo que é tradicional como sexual.
A todas as meninas que foram assediadas, não se calem! Denuncie, assédio é crime. Disque 180. E lembrem-se que vocês não estão sozinhas. Conversem, e por mais cruel e difícil que seja não deixem casos de assédio “passarem”.
Finalizando, esse post que foi um dos mais difíceis durante todos os temas que já vimos, se sentirem à vontade, conte para nós sua experiência com o uniforme do curso normal.
Beijos e espero vocês na próxima, já adianto que vamos falar sobre uma Universidade importante do estado do Rio de Janeiro.