O caso da viúva
Por Rayssa Lima, Graduanda do Curso de História da UFRJ
No Brasil colonial, a educação estava centrada em um ambiente privado e elitizado, a instrução escolar era inacessível à maioria da população da colônia. Para os homens pardos, essa instrução era ainda mais limitada pelas próprias autoridades locais.
O caso da viúva exposto no livro “História da vida privada no Brasil I” exemplifica a questão da educação para homens pardos. Acontece que no século XVIII, um Juiz em Mariana – Minas Gerais, julgou o caso da viúva Isabel da Silva de Abreu, que pedia um valor às autoridades para sustentar, educar e instruir os seus filhos. O valor recebido no julgamento foi o menor possível, pois o juiz alegava que por se tratar de crianças pardas era cabível que elas trabalhassem e, portanto, não precisavam de gastos com a instrução, tal como fora proposto pela mãe.
O caso da viúva evidencia os fatores que limitavam a instrução de homens pardos durante o Brasil Colonial. As elites coloniais negavam a cultura, educação e experiência escolar para os escravizados e para a população pobre da colônia, mantendo esses indivíduos à margem da sociedade.