Microstoria em São Pedro da Aldeia

por Ana Carolina Amin (Graduanda em História, IH/UFRJ)

No post passado sobre o Colégio Estadual Dr. Feliciano Sodré mostrei nem 1% da história da cidade, mas salientei que é importante conhecer a História Local para compreender a história do colégio, em si. Agora, apresento mais um conceito importante para a nossa pesquisa, a micro-história, utilizando como meu referencial o texto de Jacques Revel, ou como ele mesmo chama, de microstoria. É uma parte da história que dá chance às variações de escala, ou seja, não vê apenas o macro, o “grandioso” da história”, mas valida o micro, nesse caso a história de um colégio localizado em São Pedro da Aldeia, uma periferia do estado fluminense. 

Isso porque, normalmente, essas micro-histórias não são vistas pela História Tradicional, e historiadores se viram na necessidade de ir além do que já era feito e observar as pequenas coisas que compõem toda a História. Assim, usar a metodologia da micro-história e da História Local nos mostra que utilizar da realidade do local e do cotidiano do aluno nas salas de aula, por exemplo, faz com que os próprios alunos passem a problematizar e questionar a realidade que eles vivem. Dessa forma, o ensino de História não vai ser desconectado dos estudantes, mas algo mais próximo às suas experiências cotidianas, dando ao aluno a chance de se identificar com a história de sua região.

É dando esse espaço normalmente negado que David Jorge Gonçalves, Antônio Jorge Gonçalves e Kalyla Maroun fizeram uma pesquisa baseada na existência de uma escola quilombola da comunidade Caveira em São Pedro da Aldeia. Entender essas microhistórias formam uma história da cidade e das próprias escolas, muito mais ricas.