Instrução no Brasil Colônia

Por: Rayssa Lima (Graduanda do Curso de História da UFRJ)

No Brasil colonial, a Companhia de Jesus foi a principal agente de educação, possuindo várias escolas voltadas para a instrução de clérigos e leigos. Eles também atuaram na conversão dos povos originários ao catolicismo e na aculturação desses povos, buscando adaptá-los à cultura europeia. Além dos colégios jesuítas também existiam as escolas vinculadas às ordens dos beneditinos, franciscanos e dos carmelitas, que também exerciam a função de instruir clérigos e leigos.

Essa instrução era limitada para determinadas pessoas, excluindo os homens pardos e negros e as mulheres, demonstrando que as autoridades coloniais adotaram uma perspectiva elitista para a educação, voltada para a perpetuação da ordem patriarcal, estamental e colonial. 

Vale ressaltar que essa instrução escolar estava vinculada a uma orientação religiosa que valorizava a imitação dos textos clássicos gregos e latinos, a retórica e a eloquência, bem como a emulação entre os alunos, isto é a competição. Os castigos físicos eram permitidos e a humilhação pública também, impondo uma rígida disciplina de estudo e de comportamento. Assim, a instrução constitui-se um ornamento a ser ostentado pelos indivíduos socialmente privilegiados. 

O acesso à instrução escolar foi ampliado de maneira muito tímida, mesmo com as reformas desenvolvidas a partir de Pombal, no século XVIII, na medida que as aulas não eram oferecidas em todas as vilas e cidades, os interessados em se instruir tinham que se deslocar por vários locais para chegar na aula. Com as reformas, o Estado assumiu diretamente a responsabilidade sobre a instrução escolar, cobrando um imposto para fins educativos, o subsídio literário  e introduzindo as aulas régias.