Bibliotecas no Brasil colônia 

Por: Rayssa Lima (Graduanda do Curso de História da UFRJ)

A circulação de livros no Brasil colônia foi escassa, os primeiros registros de livros chegaram na América Portuguesa com os jesuítas, por isso ocorreu um predomínio na circulação de obras religiosas, de doutrina e devoção.

Levando isso em consideração, as bibliotecas eram raras durante o período colonial, e os poucos livros que se tinham circulavam em um ambiente privado e concentravam-se nas mãos de poucos, em geral, nas mãos de proprietários de terras, funcionários públicos e letrados. Padres, advogados e cirurgiões possuíam as maiores bibliotecas. Vejamos o caso do Dr. José Pereira Ribeira que tinha 201 livros em sua biblioteca pessoal, incluindo títulos sobre teologia, literatura universal, gramática e ciências naturais. E o caso do Frei Domingos da Encarnação, Bispo de Mariana, que possuía uma biblioteca composta por 412 títulos e 1066 volumes, em sua maioria composta por obras ortodoxas.

Posto isso, fica evidente que as primeiras bibliotecas no Brasil surgiram em um ambiente privado e elitizado, excluindo grande parte da população do acesso aos livros, dando continuidade a um sistema desigual e excludente que marcou a vida social da América Portuguesa. 

Bibliografia: 

NOVAIS, Fernando A. et al. (Ed.). História da vida privada no Brasil-Vol. 1: Cotidiano e vida privada na América portuguesa. Editora Companhia das Letras, 2018.