Profissão docente: lugar apenas de mulheres?
Giselle Soares Gomes (Graduanda em pedagogia pela FE/ UFRJ)
Hoje, vamos iniciar o nosso post de maneira diferente. Geralmente eu deixo desafios nos finais das postagens para a reflexão. Mas hoje, quero deixar no início um exercício de memória: quantos professores na educação infantil e no ensino fundamental 1 vocês tiveram? Foram mais mulheres ou homens? Guardem essa resposta e vamos ao post do dia.
Não é segredo que a educação foi um fator que se transformou ao longo da história. No “descobrimento” do Brasil, a educação era voltada a catequizar os indígenas residentes aos costumes e crenças portuguesas. Já no período colonial, a educação voltada para a instrução, e ao ler e escrever era destinado aos homens, e as mulheres estavam destinadas à educação voltada para o lar, para o ofício do casamento.
No império, as meninas começaram a ser educadas em casa e aprender a ler e escrever.
Na segunda metade do século XIX, começam a surgir no Brasil as escolas normais e as mulheres chegam ao nível de professoras. Vale dizer, que aqui está o ponto chave desse nosso post.
Mas vamos com calma. É importante dizer que sim houve mulheres que foram letradas e alfabetizadas antes, de fato isso ser um direito feminino. Os conventos no século XIX era uma das opções, pois as meninas estudavam em escolas de freiras onde eram letradas, alfabetizadas e aprendiam sobre a crença católica.
Voltando à questão do surgimento dos cursos normais, a ideia de docente das primeiras letras veio muito ligada à mulher como figura dócil, compreensiva e amorosa. A própria expressão ´´tia´´comumente utilizada traz uma ideia de extensão da família, ou até mesmo a ´´tia´´ que ficou “solteirona” e por isso tem um “dom” de ensinar. Tá mais você deve estar se perguntando: Ué Giselle, você falou sobre a educação da mulher e o magistério mas não explicou como isso se aplicava nos cursos normais. Calma, que lá vem história…
Tudo começou com o decreto de Capanema que proibia o ingresso de rapazes nas escolas Normais e prescrevia uma lista de condições para admissão e manutenção dos cursos normais. Apenas no ano de 1962, após a promulgação da LDB, foram aceitos rapazes nessas escolas. É interessante pontuar que mesmo após as escolas aceitarem rapazes, o número de meninos que procuravam as instituições era baixo se comparado às meninas. Seria a profissão docente lugar só de mulheres?
A história nos diz muito sobre esse processo, não é verdade? Hoje vemos que a docência e principalmente voltada para as primeiras letras é um lugar majoritário feminino, mas que mesmo que em menor número existem homens que ocupam essa posição.
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